28.3.24

Por que não me ufano

Analisou muito bem Darcy Ribeiro, a classe dominante está enferma de desigualdade. Os senhores e seus descendentes estão condenados a degradantes mantenedores da desigualdade e da opressão.

As instituições brasileiras, que não são nada democráticas, mas antes uma ordenação oligárquica, são usadas para justificar novas formas de exercício de poder pela classe dominante.

Ópio do povo

A crítica da religião é a condição de toda crítica.

A religião é a teoria comum da enganação, a ilusão necessária para a própria sociedade capitalista e para a existência de todo tipo de embusteiro.


27.3.24

O povo brasileiro


A estratificação social gerada historicamente tem também como característica a racionalidade resultante de sua montagem como negócio que a uns privilegia e enobrece, fazendo-os dono da vida, e aos demais subjuga e degrada, como objeto de enriquecimento alheio. Esse caráter intencional do empreendimento faz do Brasil, ainda hoje, menos uma sociedade do que uma feitoria, porque não estrutura a população para o preenchimento de suas condições de sobrevivência e de progresso, mas para enriquecer uma camada senhorial voltada para atender às solicitações exógenas.

26.3.24

Dialética da escola-prisão


Nas escolas brasileiras há pouquíssimo questionamento filosófico frente aos fatos brutos da economia capitalista.

Nem mesmo a educação universal é capaz de mostrar uma saída prático-social às consequências desastrosas da forma de produção destrutiva capitalista.

Por que não me ufano


No mínimo soa desafioso preencher os vazios telespectadores da periferia do capitalismo (BBB ainda tem muita audiência) com toda a riqueza de uma consciência livre. Os habitantes do terceiro mundo jamais serão revolucionários.

Latifúndio da comunicação


Infelizmente os meios de comunicação são uma das mazelas crônicas da periferia do capitalismo.

Por que não me ufano


Há governantes que em nome da mística, da teologia e da escolástica feudais e reacionárias desejam retornar à Idade Média. Por outro lado, fascistas defendem os princípios bíblicos com ajuda de fuzil e a estrutura pública continua remunerando muito bem os homens e mulheres sem ideais. Estado Laico não é nem mesmo um conceito. Não existe.

Está faltando ao povo brasileiro uma disciplina de análise crítica ideológica de seus representantes. Galera passa a esponja nas ideologias reacionárias e místicas.

25.3.24

Literatura sem ideologia?


Literatura sem determinada ideologia nunca existiu. Nem pode existir. A arte e a literatura têm sempre um conteúdo de classe - econômico e político, social e ideológico. Tudo isto é claro. Por que, então, ocultam a verdade?

Seria absurdo exigir que Machado de Assis fosse marxista. Ele viveu cômoda e tranquilamente no Brasil bem adaptado ao Império Escravista e à República Semifeudal e burguesa. Foi um médio burguês abastado, alto funcionário público, bem pago, oficial de gabinete de dois ministros do Império, secretário de dois ministros da República. Portanto, permaneceu estreitamente ligado às classes dominantes: os escravistas, até 1888; os grandes proprietários rurais semifeudais e a grande burguesia reacionária, até a morte, em 1908. Exaltou Thiers, o massacrador da Comuna de Paris, inimigo de Marx. Idealizou a pretensa aliança do Brasil com os Estados Unidos.

Que mais? Foi apolítico. Cético, pessimista e niilista. Desprezou os pobres e os homens de cor. Renegou sua origem social e racial. Não quis ver os tipos sociais positivos. Unilateral, só viu a podridão. Foi um decadente. Escolheu como seus heróis tipos decadentes e parasitários - Brás Cubas e o Conselheiro Aires. Escolheu como suas "heroínas" as Vergílias e Capitus.

Em tais condições, é impossível ser marxista. Tudo isso é claríssimo na obra mencionada.

Octávio Brandão
1896 - 1980

24.3.24

Escolástica feudal


Os estudantes de direito da província - ah!, os servos do senhor - estudam filosofia nos compêndios de teologia, confundem terrivelmente a filosofia com o dogma cristão.

Por que não me ufano


O que todos os homens públicos da periferia do capitalismo parecem ter em comum: sua lista de vítimas é infinitamente maior do que a lista de leitura.

Por que não me ufano


Os partidos brasileiros que carregam os adjetivos social e democrático e o substantivo socialista em seus nomes são o mais puro embuste, engodo, mascarada, politicalha. 

Não se faz política na periferia do capitalismo, mas politicagem.

Por que não me ufano


Camadas da sociedade brasileira subdesenvolvidas, deformadas pelo cristianismo e cretinizadas pelos meios de comunicação de massa não podem travar uma luta decisiva contra os capitalistas.

Mini galeria de perguntas meramente retóricas


Podemos atingir fins verdadeiros e justos por intermédio de meios falsos ou indignos?

23.3.24

The Meritocracy Trap


Meritocracy excludes most of society from meaningful advantage. 

Daniel Markovits

Teocracia


Os monumentos brasileiros são horríveis e deploráveis. Em Sorocaba, há uma placa de concreto com a seguinte mensagem provinciana: Sorocaba é do senhor Jesus Cristo. É nisso que dá deixar uma cidade ser administrada pela bandidagem evangélica. A falta de tino estético e a abominação cognitiva são dois grandes projetos do Estado brasileiro.

Estado Laico continua sendo um conceito absolutamente ilusório na periferia do capitalismo.

22.3.24

Por que não me ufano


Já não há mais participação construtiva e participação crítica na periferia do capitalismo. A inteligência nunca foi prioridade. A periferia está a favor da estupidez, da superstição e da perversidade. A irracionalidade é parte da condição do subdesenvolvido.

21.3.24

Plutocracia

No Brasil está certo uma coisa, não é mais possível distinguir elos legais de ilegais, dinâmicas lícitas de criminosas. Nesse sentido, não pode haver desenvolvimento de Estado de bem estar social.


Por que não me ufano


"Deus é brasileiro", dizem os subdesenvolvidos, para explicar tanto o tipo como a forma pela qual a "divina providência" organiza a periferia: colocando os fascistas na folha de pagamento das estruturas públicas.

Os oligarcas do terceiro mundo produzem, através de sua forma capitalista de prática política, uma classe de miséria cognitiva e um proletariado cada dia mais precarizado e explorado.

Dialética da escola-prisão


Escolas militarizadas são a expressão do desejo de um povo subdesenvolvido e muito carente de fundamentação. Os colonizados do terceiro mundo sequer questionam se esse projeto político é legítimo.

20.3.24

Por que não me ufano

Nós somos como nos expressamos. Sinal de arminha não é sequer uma expressão, mas o símbolo do analfabetismo nacional, do emburrecimento moderno.

O brasileiro perdeu sua força, como ser humano, de questionar e aprender. Seus representantes oficiais são a prova cabal desse aniquilamento cognitivo.


Por que não me ufano


Se as relações de poder não são problematizadas, as formas arcaicas e brutais florescem e vencem os fardados que estão autorizados a matar quem os seus chefes apontarem como inimigos.

Os papéis ultrapassados ainda sobrevivem nos entulhos subterrâneos do inconsciente coletivo da periferia do capitalismo.

Política na periferia do capitalismo significa eleger como líder um sujeito fechado, autoritário, anti-intelectual, um sujeito tosco de mentalidade arcaica e supersticiosa e que tem como objetivo geral enriquecer e acumular propriedades por meio do aparelho estatal.

Brasil: colônia fascista

 

Hitler está dirigindo a cabeça dos governantes da periferia do capitalismo. Sionismo faz parte da ideologia do Estado brasileiro.

19.3.24

Província


Para tornar-se governador do Paraná, necessita antes de tudo, ter um pai patético na TV. Precisa gritar, "armar barraco" com o populacho carente de instrução, falar merda infinitamente, quebrar objetos, vibrar cassetete entre outras baixarias. O provinciano se amarra em gente escrota.

A vida do provinciano está cheia de detalhes sórdidos, humilhantes e mostras de vassalagem. 

Por que não me ufano


Nem mesmo a alfabetização universal aboliu a estupidez da periferia, mas antes a reforça, basta ver o comportamento da classe dominante e de seus subalternos.

Dialética da escola-prisão


As escolas militarizadas estabelecerão uma hegemonia de hierarquização e de falsificação da história. Cultura é um processo contínuo de reescrita e seleção de informação e não de dogmas fechados, pensamento unilateral e crenças.

As escolas militarizadas irão fabricar os novos estúpidos. A geração futura de novos bloqueadores da lucidez, de queimadores de livros, de depressivos cognitivos, de perturbados e agressivos jovens sem futuro.

Dialética da escola prisão


O futuro da educação está claro: falta muito pouco para o Estado brasileiro começar a censurar os críticos das escolas militarizadas.

Hoje nas escolas militarizadas imperam a imbecilidade, a falação de merda, a conversa com propósito de transmitir crenças, a hierarquização e a mistificação. 

O Estado não tem projeto de formação de leitores profissionais e de prática de leitura. As novas gerações críticas estão mortas. A submissão é a sua única ideologia.

Qual é a condição do estudante?

 

É simplesmente a alienação que domina a sua vida de modo total, sendo apenas mais uma das formas particulares entre muitas que adquire a alienação generalizada. Essa alienação começa na sujeição econômica familiar, à margem de todas as ilusões que o estudante desenvolve sobre a sua independência. Concentra-se na sua sujeição a todos os alheantes mecanismos e rituais acadêmicos, dos quais o mais alienante - na medida em que memorizar um texto para o esquecer pouco depois tem muito pouco que ver com aprendizagem real - e o mais escandaloso - na medida em que nele o caráter autoritário, repressivo e hierarquizado do ensino se mostra sem véus - é o exame. A sua alienação culmina no consumo compulsivo de qualquer droga que se arranje, e na diversão massificada nos bares ou na rua. Neste sentido, algo tão absurdo como o botellón não é mais do que uma manifestação não regulamentada - e portanto surpreendente para os bem-pensantes - do absurdo geral da vida estudantil, e como tal é refratária a qualquer tentativa de racionalização, e indestrutível para os meios de repressão/integração convencionais.

Por que não me ufano

Brasil é apenas exportador de matérias primas, portanto, continua a ser um país colonizado.


Por que não me ufano

Não são as descobertas científicas, os estudos e a leitura que fazem vibrar o coração da xucrada brasileira, mas as falações de merda dos seus representantes, o comportamento tosco dos ratos e as músicas bostas de seus artistas colonizados.


Por que não me ufano


O discurso de ódio foi normalizado e institucionalizado. Não tem mais volta. E quando não é discurso de ódio é pura falação de merda, de que outro modo o matuto da colônia se torna prefeito ou governador na periferia do capitalismo?

Por que não me ufano


Para ser secretário de educação não pode possuir discurso fundamentado e muito menos ter um projeto de formação de leitores, mas antes ser um matuto da colônia sem leitura do mundo e da palavra.

Populacho carente de instrução e os subalternos do Estado dão poder político à família de imbecis, idiotas, atrasados mentais e renomadamente gananciosos.

Brasil é uma província: atrasado, aborrecido, ignorante, morno, beato e firmemente reacionário.

Por que não me ufano

O feminismo periférico nunca combateu as desigualdades e muito menos o capitalismo patriarcal. Mas antes colabora para a sua manutenção. E isso é tão verdadeiro que há inúmeras "feministas" que produzem discursos hegemônicos para a classe dominante. As histórias de resistências e as insurgências contra o modelo dominante são raríssimas.


Brasil: laboratório fascista do mundo


Buaggine, tu sola sei immortale.

Gramsci

Escola militarizada é o maior símbolo de despotismo. A experiência do terceiro mundista está baseada na escravidão e no colonialismo. Não há resistência e muito menos refutação, mas antes de tudo aceitação por parte da população cristã e carente de instrução. É reciproco: dominação e submissão. A classe dominante continua cretinizando as massas (de que outra forma fazer a manutenção do poder?) e colonizando as instituições públicas, ou seja, demarcou o lugar da servidão.

18.3.24

Man and the natural world

 

In the eighteenth century the domestic cat established itself as a creature to be cosseted and cherished for its companionship. 

The first cat show was in 1871. 


In the Middle Ages cats were kept in houses for protection against rats and mice. Only occasionally do they appear as companions and objects of affection, as in the ninth-century poem by an Irish monk about his cat, Pangur Ban, or the fifteenth-century tomb at Old Cleeve, Somerset, which shows a man with his feet resting on a cat, which in turn has its paws resting on a mouse. Many householders deliberately refrained from feeding them, so as to ensure that they had an incentive to hunt.

Keith Thomas

Privileged species


An Englishman, thought John Bunyan, would rather go for a walk with a dog than with a Christian.

Brasil: colônia fascista


A xucrada brasileira não sabe quem a polícia mata e fica excitada nas redes sociais. Só para ter uma ideia, fuzil é o slogan do sucessor do miliciano fundamentalista. E mesmo se fossem criminosos as pessoas assassinadas pelo polícia, um chefe de Estado deveria pensar em destruir as condições sociais que produzem a criminalidade e não fomentar mais a violência.

17.3.24

Habitação no terceiro mundo

A desigualdade sócio-espacial é visível nas obras de casas populares. O projeto da elite do atraso desenha o lugar da plebe (outra demarcação mística?), compartimentando-a em lotes minúsculos. No terceiro mundo, não existe comprometimento com habitação de qualidade. Programas de moradia popular são inevitavelmente horrorosos.


History


Em 1809, Lorde Erskine propôs uma moção parlamentar contra a crueldade com os animais: 

I cannot be 
Unkind, t'a beast that loveth me.

16.3.24

Cidadã provinciana


Os eventos simbólicos na periferia do capitalismo não têm fim. O teatrinho bíblico da ralé com grana simboliza a linha de demarcação mística que conota a cultura servil entre os dominantes e os dominados. A representante do cristofascismo será a Barbie da burguesia paulistana que é vidrada na falação de merda da familícia.

Teocracia

Geraldo Alckmin esteve de prosa com pastores evangélicos. Ele escreveu ainda que as cumunidades de gêzuiz confortam sobre amor e acolhimento. Eu fiquei emocionado com as palavras do médico.

No entanto, o espancador de estudantes deve estar a sofrer de amnésia. Esqueceu de todo apoio massivo dos Neandercostais à ascensão e proteção de um governo de gestão miliciana composto por faladores de merda, por falsificadores da história e por soldados de cristo anti-ciência.

Lá dentro da cabecinha de classe dominante da periferia do capitalismo, o vice-presidente deve imaginar que traficantes evangélicos são melhores que outros traficantes cristãos. É muito deus no coração.

Estado Laico é um conceito absolutamente ilusório na periferia do capitalismo.


Mundo subterrâneo de Bella Baxter


Dois aspectos fortíssimos na periferia do capitalismo: linha de demarcação mística e desresponsabilização do sujeito do poder.

Não há pensamento decolonial nenhum na periferia do capitalismo.

As pessoas são produtos de um trabalho social de nominação e de inculcação. Não há nada de gratuito mas cálculo racional que se inscreve na natureza biológica e se torna habitus.

As mulheres custam a perceber que há um trabalho de socialização que as diminui e as nega: as prostitui. Vítimas e prisioneiras da representação dominante.

Embargo


Se o petróleo brasileiro está a ser utilizado pelo governo de Benjamin Netanyahu para abastecer seus aviões e tanques, logo o Brasil é diretamente cúmplice no apoio ao genocídio palestino.

Bullshit jobs


Emprego na periferia do capitalismo significa submissão prolongada às regularidades escravocratas, às regras da economia periférica e às regras de bens simbólicos, é o princípio do sistema de estratégias de reprodução pelas quais os homens, detentores do monopólio dos instrumentos de produção e de reprodução do capital, visam a assegurar a conservação ou o aumento deste capital: estratégias de fecundidade, estratégias sexuais, estratégias educativas, estratégias econômicas, estratégias de sucessão, todas elas orientadas no sentido de transmissão dos poderes e dos privilégios herdados. Não há pensamento decolonial nenhum.

Sociedade sem ideal


Somente os funcionários parasitas, os aduladores e as prostitutas têm apreço à elite do atraso. O brasileiro faz qualquer negócio mal feito por dinheiro e status social para manter a sua condição miserável no latifúndio.

Sociedade brasileira subdesenvolvida, ainda mais as regiões provincianas, privilegia a elite do atraso e todas as práticas direta e indiretamente orientadas para a reprodução do capital social e do capital simbólico. Encargo que se estende a todos os ambientes. Vence apenas uma classe com o apoio de homens e mulheres subalternas. Não há história sendo escrita. Mas reprodução da desigualdade. Em todas as esferas. 

Nosso Gramsci


Antonio Gramsci escreveu em 1921 um artigo intitulado O povo macaco.

Gramsci não cresceu na periferia do capitalismo. Podemos imaginar o que ele escreveria a respeito.

Mundo subterrâneo de Bella Baxter


A lógica mítico-ritual privilegia a intervenção masculina em todos os espaços, sempre enfatizando a mulher como mero objeto de troca. A dissimetria é, pois, radical entre os homens, sujeitos e as mulheres, simples objetos.

Mas há uma colaboração da "ala feminista" ou seria um ponto que a consciência das mulheres estaria ignorando ou os esquemas de percepção são mais fortes do que aparentam? Ainda vale tudo por dinheiro, traição, status social, carros, cocaína, álcool, prostituição? Vejo que está inscrito duradouramente nos corpos dóceis. Nenhuma sociedade ideal e moderna pode ser construída sob esse escopo.

Aos homens da elite do atraso todas as benesses, todo o monopólio de todas as atividades, públicas e privadas, de "educação" e de representação e em particular de todas as trocas de honra e, a cereja do bolo, trocas de mulheres.

Há toda uma gama de signos de comunicação que são instrumentos de dominação e com a qual as mulheres aceitam. Os homens da elite do atraso não lucram apenas economicamente mas simbolicamente. 

No "mundo social" vencem as estruturas técnicos-míticas. E não há luta de classes nenhuma nem para superá-las, quanto mais para destrui-las. 

Mundo subterrâneo de Bella Baxter


Enquanto nos EUA o mercado da cannabis fatura bilhões, na periferia do capitalismo ainda impera o mercado de bens simbólicos cuja lei fundamental é que as mulheres nele sejam tratadas como objetos que circulam de baixo para cima.

E chega a ser pior, porque o brasileiro resolveu voltar à escravidão com o projeto político da elite do atraso das escolas militarizadas. 

Por que não me ufano

A classe dominante brasileira, apoiada por um povo completamente carente de instrução e de leitura da história, se especializou em cretinismo estatal. O Estado tornou-se política pura e das mais rasteiras e sujas e um meio de parasitismo. Depois de corromper a mentalidade da população, a burguesia corrompe e destrói todas as outras instituições, principalmente a educação. É nesse contexto que se sabe que o povo não faz história.


Il nostro Marx


Marx significa a entrada da inteligência na história da humanidade, significa o reino da consciência.

15.3.24

Dialética da escola-prisão


A escola militarizada seguirá trabalhando com a velha epistemologia e irá servir para endossar o regime patriarco-colonial.

Por que não me ufano


O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da ONU colocou o Brasil no 89º lugar entre quase 200 países. A alfabetização também é um dos indicadores de comparação. O bem estar da população brasileira está muito longe.

14.3.24

Aos fatos


André Mendonça virou advogado da narcomilícia evangélica. Os evangélicos são base vital para a extrema direita. 

Os evangélicos apoiaram o miliciano fundamentalista que defende a tortura; os evangélicos defendem quatro armas para cada um e defendem a guerra civil.

Os evangélicos apoiaram o miliciano que discrimina índios e mulheres. Os evangélicos se dizem comprometidos com a verdade, e apoiaram a mentira e fake news como instrumento de ação política.

Os evangélicos apoiaram a falação de merda como argumento político e o estupro de opositores políticos.

E os evangélicos continuam apoiando o miliciano inelegível. Não há nada de preconceituoso, mas muito pelo contrário, tudo isso já é pós-conceito.

Por que não me ufano


A sociedade de gente de letras não é considerada como um fator de potencialização realizadora, de evolução de nosso poder cognoscitivo e de proliferação de uma criatividade múltipla. A cultura na periferia do capitalismo é de baixa densidade.

13.3.24

Qu'est-ce la littérature?

 

A arte da prosa é solidária do único regime em que a prosa conserva um sentido: a democracia. Quando uma é ameaçada, a outra o é também.

Jean-Paul Sartre
1905 - 1980

Por que não me ufano


Brasil é um país de baixa pressão literária. A população não foi alfabetizada em termos de conhecimento histórico e científico, não é economicamente forte e não é nada influente politicamente. Trocando em miúdos, é um país de analfabetos.

Paraná é de Gêzuiz


O vídeo da "palestra" online da Silvana Avelar sobre "o que é ser uma mulher aos olhos de deus" é o exemplo cabal da alienação e despolitização no sistema de educação. Puro proselitismo religioso e falação de merda.

Por que não me ufano


A consciência do brasileiro é dominada, fragmentada, contraditória e oprimida.

A crise da cultura literária no Brasil pós-64


O aparelho educacional tem se constituído, de forma quase absoluta, para os racionalmente inferiorizados, como fonte de múltiplos processos de aniquilamento da capacidade cognitiva e da confiança intelectual.

S. C.

Já na ditadura de 1964, pensou-se na modernização sem povo e sem cultura. Os intelectuais naquela ocasião foram tratados como perniciosos. Vários professores e cientistas tiveram que emigrar, processando-se inesperado e paradoxal brain-dain de uma economia periférica.

O governo pós-64, além da castração do desejo, procurou esterilizar o ambiente cultural, como se estivesse empenhado na devastação do ecossistema da literatura.

A revolução cultural comandada pelo poder pós-64 procurou atar a realização intelectual ao mercado. As universidades e o ensino de modo geral foram perpassados pelo pragmatismo da eficiência produtiva, da Contabilidade Social, de tal sorte que as cifras de crescimento econômico se tornaram prioritárias a toda e qualquer formação de relevo humanístico.

Os cursos de Letras e de Ciências Sociais foram afetados pela carência de recursos e de apoio, para que fabricasse o novo homo braziliensis, de corte epicurista, um sub-produto do consumismo internacional.

O cidadão brasileiro, modernizado pela informática e pela parafernália das técnicas de comunicação, foi sendo esvaziado de suas aspirações reflexivas ou emotivas.

Muitos escritores autênticos ficaram submetidos a uma sujeição vexatória, pois a indústria cultural funcionou em harmonia com a ditadura, atirando uma cultura banalizada sobre a massa amorfa e banindo as expectativas favoráveis a uma produção local.

Tanto a excitação dos desejos do público, quanto o atendimento das necessidades deste foram previstos tão-somente para que o brasileiro cumprisse as suas básicas funções de animais, de tal sorte que o sonho de riqueza do homem comum inclui apenas a capacidade de morar, vestir e comer bem. Nenhum bem cultural se admite na cesta-base do consumo conspícuo.

O homo braziliensis reproduzido pela máquina modernizadora do governo pós-64 ficou vazio de interesses culturais. Bibliotecas, exposições de arte, espetáculos de dança, teatro, produção massiva de livros e revistas, enfim, todas as formas de refinamento da expressão artística não foram mantidas no horizonte de aspirações públicas como prioritárias, segundo o planejamento socioeconômico posto em execução. Na verdade, sequer constaram como atividades suplementares. Foram deslocadas para significar meramente formas ornamentais da vida.

Extraída a dimensão política do cidadão, pouco restou para a área estética da cultura. Retirado ao cidadão o acesso à consciência de si, ele ficou encarcerado, sem força objetiva para se libertar, pois somente na prática política a sua consciência se desdobraria em ação libertadora.

É uma tradição em nossa cultura nacional que o espaço político seja defeso ao cidadão, pois a instância associativa é propositadamente erigida sobre um cipoal de condições que tornam mera abstração o esforço de emancipação ou de militância política.

O que pode fazer o escritor durante os anos de repressão foi produzir uma revanche intelectual, uma espécie de fuga ou de má consciência, enquanto o brasileiro, na sua qualidade de trabalhador, ia sendo paulatinamente devolvido à esfera da escravidão. Continuou escravo como etimologicamente se entende a palavra: sob "clava", debaixo de ferro, sem meio de aspirar à liberdade, emparedado entre as condições irremovíveis, diante da opacidade do caminho emancipador. Está imóvel entre ser consciente e ser prisioneiro, adotando no máximo uma consciência estática, pois desprovida de ação.

Tudo corresponde a um plano global de despolitizar o homem brasileiro e retirar-lhe a consciência de seus direitos de cidadania.

A ditadura pós-64 preocupou-se em construir muita coisa, mas não deixou o Brasil crescer no sentido cultural.

A cultura, rebaixada a indústria, empurra a obra literária para os mecanismos de sucessibilidade, de permutabilidade e de transitoriedade, de tal modo que ela se vê prisioneira de uma sarabanda em que tudo é perecível. Ficou, assim, sufocada a velha aspiração de se eternizarem na história dos povos os instantes de plenitude.

Assistimos, no terreno da cultura literária, a um constante deslocamento para a insignificância. Os próprios veículo de comunicação de massa colaboram com isto. A mística da novidade mata todo e qualquer esforço de atualização e releitura do passado literário.

Criou-se, em substituição à aura que acompanhava o texto literário, um sucedâneo publicitário de excitação da massa semi-letrada, uma estridência que se manifesta nas listas de vendagens. O saber vulgar, transformado em opinião pública, serve de padrão avaliador do trabalho artístico.

Vivemos, ainda neste momento, a era da cultura como fanfarra, um subproduto da cultura gramaticalizada, ou seja, da sociedade hipercodificada, comprimida nos princípios da ordem, das normas e das regras, fundada em metatextos, leis, manuais. Isto significa que ficou longe da cultura textualizada, isto é, daquela baseada nos textos em que o mundo e a história se dão a conhecer.

A condição de escravo não se define apenas pelo ato de obedecer, diante da imposição vexatória, mas também pela adoção de valores consagrados, que são construções ideológicas.


12.3.24

A ocupação israelita da Palestina


Ethnic cleasing is considering crime against humanity by International Criminal Court.

Israel continua sem condenação de crime contra a humanidade. E os meios de comunicação não reconhecem suas políticas criminosas.

Necropolítica

Tarcísio de Freitas, o sucessor do miliciano fundamentalista, foi se encontrar com o genocida Netanyahu. Política na periferia do capitalismo é puro proselitismo.