Lembro de uma vez que fui chamado na direção de uma escola (bonitinha mas ordinária) para ser interrogado o do por que eu não descia à quadra de esportes para cantar o Hino Nacional.
Estávamos passando por um golpe jurídico e midiático e o corpo que administrava a escola estava preocupado com certas, vamos chamar assim, artificialidades.
A direção e o corpo docente não se preocupavam com a bibliografia dos alunos e eu estava a ser questionado pelo simples fato de não presenciar o Hino Nacional.
Pensei isso e falei: vocês estão de brincadeira?
À pedagoga que não levantava a cabeça da ata como se o caderno de capa preta fosse sagrado, perguntei:
- Vocês irão ensinar os adolescentes a cantar outros hinos, como o da Internacional?
A pedagoga que não levantava a cabeça do livro, engasgou, tossiu e ficou perdida:
- Como? A Internacional de futebol?
A vice-diretora ficava olhando o celular a espera de alguma mensagem de um possível seu senhor e superior. Ela não sabia o que estava fazendo ali.
Aliás, se teve uma coisa muito interessante de analisar (aí entra uma variedade de "agentes" da educação) é o que os outros funcionários sempre tinham como resposta pronta: estavam recebendo ordens.
Saí muito impaciente diante de mais uma postura de assédio da pseudo direção da escolinha que ia se acumulando. Os outros professores calavam-se como se estivessem carregando uma submissão secular nas costas. Resignados e impotentes.
Nesta escola, eu comecei a perceber que os funcionários se qualificavam para ver quem conseguia ser o mais punitivo.